Cores do final da Primavera...
No Parque da Quinta da Granja em Benfica, mesmo no meio dos prédios, crescem belas flores. Este é um dos mais recentes jardins de Lisboa. E uns dos poucos onde os canteiros apresentam um arranjo mais contemporâneo e onde se usam plantas populares hoje em dia entre os designers de Jardins. A primeira foto apresenta Achillea filipendulina (familia Asteraceae) de cor amarela, com fundo dado pela lindíssima e ondulante herbácea Stipa tenuissima.
O Pennisetum setaceum (familia Poaceae) é outra erva de grande beleza, o seu efeito paisagístico é muito especial, podendo ser cultivada em
maciços, bordaduras ou em canteiros. Já repararam na sua cor? Não é nada vulgar encontrar gramíneas de uma cor tão forte. Só há um problema, esta planta pode-se tornar invasiva no nosso clima, há que ter atenção em se adquirir variedades estéreis, que só
podem ser propagadas de forma vegetativa.
Gaura lindheimeri é uma planta herbácea perene que apresenta com um caule densamente ramificado que se desenvolve a partir de um rizoma subterrâneo. Apresenta grande profusão de flores de uma cor creme rosada, que dão aos canteiros um ar vaporoso e muito interessante.
A Gaura é muito resistente à seca, por isso mesmo de grande valor para os nossos longos Verões.
Entretanto a planta da foto acima não a consigo identificar, parece-me um Allium...mas, sinceramente não sei. Só sei que tem estas flores roxas e formam um conjunto muito bonito. A planta da Foto seguinte é uma Perovskia "Blue Spire" também ela muito utilizada em jardins contemporâneos com forte inspiração na natureza, nomeadamente nas pradarias e estepes. A Perovskia ou salva da Rússia, apresenta estas belas inflorescências de cor azulada em contraste com o verde esbranquiçado das suas folhas, que são fortemente aromáticas. Pena aqui não se tenha optado por misturar com o Pennisetum, o resultado seria vibrante!
Na ultima foto podemos mais uma vez ver o potencial ornamental da Stipa tenhissima, dando esta sensação campestre ao canteiro, ondulando ao sabor do vento e contrastando com as outras plantas de porte mais erecto. É a combinação de todas estas texturas e cores que podem tornar os jardins contemporâneos tão especiais e uma verdadeira descoberta. Pena que ainda não sejam muito usados entre nós.
Lindo, vale a pena um passeio para quem está em Lisboa.
ResponderEliminarFelizmente este Pennisetum setaceum é estéril (provavelmente é um híbrido). O mesmo não acontece com a Stipa, que introduzi no meu jardim e agora se espalhou por todo o lado. Já me arrependi e parece-me que não vai ser fácil erradicá-la. As gramíneas são plantas muito interessantes, mas é um tanto arriscado usá-las quando vêm de lugares geograficamente distantes. Aqui no norte temos problemas com a Cortaderia, que já se tornou invasora, e receio que outras possam ter o mesmo comportamento. Por outro lado seria interessante usar as nativas, que também têm potencial ornamental, mas não são comercializadas.
Do like all the native plants in your photos. I try to have a number of them here. They sure are much easier to care for once established. I recognize what I think is yellow yarrow but not sure. Still trying to figure out a way to translate your Blog with out cutting and pasting into a google tanslator. Anybody can help me on this? Jack
ResponderEliminar@Teresa, entendo que seja arriscado plantar estas gramíneas pelo que me diz a Stipa pode mesmo se tornar invasora. concordo consigo, a solução será usar plantas nativas, mas quais? já tenho visto por ai algumas com potencial ornamental, mas não estão muito divulgadas...teremos que procurar as melhores. Obrigado pelo seu comentário.
ResponderEliminar@Jack, I´ve add a new translator tool to my blog. I hope it works for you, but the translation is not very good from the Portuguese. Still it´s better than nothing.
As you will notice, much of this plants are not native to Portugal, but sure they are beautiful. Even though some ecological issues can arise. Thank you.
Your unknown plant is South African Tulbaghia. Wild garlic, and yes you can eat the leaves like garlic chives.
ResponderEliminarIf you use Google Chrome as a browser, you can set it to 'always' translate Portuguese, or ask first, or never translate Portuguese - depending on your own languages.
@Elephsnt´s Eye. Thank you, now I know, I just had a slight idea about it being garlic, I don´t even know why. It´s another beautiful plant coming from South Africa...I wonder why so many of our garden´s plants comes from this country? :)
ResponderEliminarPenso que a Stipa gigantea é nativa em Portugal, ou pelo menos em Espanha. A Agrostis nebulosa é muito bonita quando está em flor, e aparece vulgarmente aqui no norte. Há várias outras interessantes que não conheço o nome, mas penso que teriam potencial ornamental. E depois há as 'grass like' que não são gramíneas mas têm um aspecto semelhante, tenho no meu jardim o Carex pendula e duas espécies de Luzula que trouxe da Margaraça. Há ainda algumas muito bonitas junto aos rios que penso serem Carex. E os conhecidíssimos juncos, de que não me lembro agora o nome botânico... É verdade que são tudo plantas que não aparecem à venda, têm que se recolher sementes ou tufos.
ResponderEliminarFiquei com vontade de lá passar :)
ResponderEliminarAntes de mais, muitos parabéns pela iniciativa do blog. Também me interesso muito por planting design contemporâneo, nomeadamente na sua vertente mais naturalista e este blog vem sem dúvida dar a sua contribuição para preencher uma lacuna forte em tudo o que seja relativo a espaços verdes em Portugal e no Sul da Europa.
ResponderEliminarComo podem consultar neste link http://www.uc.pt/herbario_digital/Flora_PT/Familias/gramineas e em muitos livros que falem de gramíneas a Stipa gigantea é nativa também de Portugal.
Podem sempre experimentar consultar a Flora Digital da UTAD (tentem procurar no google "Flora Digital Portugal") sobre algumas espécies de gramíneas.
Algumas espécies tão famosas em projectos contemporâneos no estrangeiro, como Molinia caerulea e Deschampsia cespitosa, são também espontâneas em Portugal, ocorrendo mais em zonas pantanosas, daí que a sua utilização prática em espaço público deva ter mais potencial em zonas húmidas ou que possam ser regadas nos meses secos.
A Stipa tenuissima (o nome mais actual é Nassella tenuissima) tem um potencial invasivo grande, mas em espaços urbanos ela é fácil de ser controlada. No entanto, é claro que é necessário mondá-la de vez em quando(sim, até em pequenos espaços privados!..), mas as plântulas são muito fáceis de identificar relativamente a outras gramíneas. Se for controlada (remover algumas plântulas, deixar outras...) é uma planta fantástica para criar plantações com um verdadeiro feeling selvagem e espontâneo. Este planta já se tornou um grave problema em alguns estados dos EUA daí que há que usá-la com cuidado e o seu uso junto a zonas rurais ou zonas onde possa escapar para outros ecossistemas deva ser evitado.
A Cortaderia selloana é de facto um problema muito grave não só no nosso país como noutros países sobretudo do sul da Europa. E ao contrário de gramíneas de porte modesto como a Nassella tenuissima, a cortaderia é um verdadeiro gigante que no seu tamamho "normal" não se consegue remover do solo sem recorrer a máquinas... Apesar de grande beleza, são assustadores alguns cenários onde parece que somos transportados para as Pampas argentinas aqui pelo norte lusitano...
Quanto ao Pennisetum setaceum se for um híbrido estéril o nome correcto é Pennisetum x advena (consultem a Encyclopedia of Grasses for Livable places de Rick Darke). Eu tenho alguns exemplares no meu jardim privado que florescem durante imensos meses e de facto não surgiram "filhas" em mais lado nenhum... Já as Nassella tenuissima há que tomar cuidado, mas são sem dúvida uma planta lindíssima :)
Apenas para informação, a planta a que chama 'allium' com as flores lilases chama-se Tulbaghia violacea
ResponderEliminar