O que o Outono conta

 Pennisetum alopecuroides, Paeonia lactiflora, Artemisia, Euphorbia, Echinops ritro

Novembro teve o rosto cheio de vendavais e mostrou a sua face turva de nevoeiros e intempérie: episódios de chuva sucederam-se, bátegas sobre os telheiros e enxurradas que varreram os leitos enxutos, preparando a terra e os homens para a nova estação. Assim se encheram rapidamente as reservas de água e a meio do mês já se respirava de alivio no jardim.  É bom saber que Novembro ainda é Novembro, pulsante de intempestivas decisões, que trouxeram o romper definitivo com o doentio final de Verão, tantas vezes é responsável pelos piores estragos no jardim. Graças a Deus, este ano isso não se confirmou: o jardim respira agora uma lufada húmida de vida, que as chuvas de um Novembro à antiga deixaram nos campos da região.  

Pennisetum, Miscanthus, Lilium, Phlomis fruticosa, Phlomis tuberosa

 Anemone hupehensis 'Whirlwind'

Phlomis russeliana

Área do roseiral com Rosa 'Ballerina' 

Entrada do Spring garden e Miscanthus

Echinops, Pinnisetum, Euphorbia,, Artemisia e Punica granatum 

 Sedum 'Matrona'

 Phlomis russeliana e Ageratina 'Chocolate'

Aspecto da plantação no roseiral 

Miscanthus 'Zebrinus', Achillea filipendulina, Perovskia 'Blue Spire'

Novembro é sempre a altura para apreciar o decaimento natural que decorre da passagem à estação da dormência. É interessante ver o destilar das cores quentes antes da vida se extinguir das partes aéreas das plantas. Um ultimo brilho poético que precede o acto de se fazerem terra e do ciclo, uma vez mais, se fechar. Há poucas coisas mais belas nesta altura do que as poáceas, com as suas espigas exangues que se extinguem devagar ao sabor das vagas de aguaceiros: acontece com os Pennisetum e as Miscanthus, agora também elas vestidas das cores da chama, precisamente enquanto o seu fogo se apaga.  

E o que dizer das belas hastes da Phlomis russeliana que se expõem esguios sobre a plantação? Belas inflorescências secas que retém ainda a graciosidade do Estio, mesmo que este já vá longe. 

É esta presença quase espectral que me fascina. É por isso que atraso a limpeza das vivazes o mais que posso. Não quero apagar toda a historia que fica assim guardada na plantação por várias semanas, mesmo depois daquilo que era vida nas plantas ter definhado quase por completo: é uma narrativa que Novembro conta e que repete a cada ano, a memoria de uma velha gloria tecida ao sol. E é como que uma renda efémera, vazia de vida, mas que enche os canteiros de interesse durante os meses de Outono.  

Comentários

  1. And habitat for the good insects that need to overwinter in the dead stalks.
    Your Whirlwind looks Calm After the Storm.

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    Respostas
    1. You are right, Diana. Lots of good "pests" find their home among the old twigs and stalks, they also help broken down these back to the soil. I never forget that. Whirlwind is a beautiful anemone.

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