Visita ao Parque do Monteiro-Mor

Híbrido de Primula veris / edifício do museu
Foi num dia de Inverno com bastante frio, como quase todos os anos o final de Fevereiro nos trás, que recentemente visitei o Parque do Monteiro-Mor. Situado fora do centro de Lisboa e junto a uma das mais movimentadas vias de acesso à cidade, o parque do Monteiro mor é talvez um dos parques urbanos menos frequentado e menos conhecido. Facto totalmente injustificado, na verdade trata-se de um dos melhores jardins da capital, senão mesmo o melhor, revelou-se uma autentica surpresa.  

A história deste Parque é muito interessante: o jardim remonta ao século XVIII mas o desenho actual deve-se ao botânico austríaco Friedrich Welwits, o mesmo que em 1859 descobriu a Welwitschia mirabilis em Angola, numa expedição comissionada pelo governo português. Welwits inicia os grandes trabalhos de redesenho paisagístico, passando o jardim a ter um estilo mais à inglesa, muito popular no século XIX. O jardim adquire rapidamente grande prestigio e procura, de tal forma que os duques de Palmela, proprietários do jardim e palácios, viram-se obrigados a cobrar entradas. Remontam a esta época áurea o lago dos cisnes, a cascata e grutas, tendo sido mais tarde construídos os jardins formais em buxo, onde actualmente se pode encontrar um roseiral, uma horta e jardim de ervas aromáticas.

Jardim de buxo com roseiral e horta
Camellia / Narcissus sp. 
Vista do terraço do museu de teatro, com o lago dos cisnes ao fundo
Plátano / Araucaria / Uma das varias cascata
É já durante o século XX que os jardins entram em declínio, e é em 1975 que chega às mãos do estado num acentuado estado de abandono. Os trabalhos de recuperação iniciam-se pouco depois e é nessa altura que se salva aquela que foi a primeira Araucaria heterophyla plantada ao ar livre na Europa e que ainda hoje domina todo o jardim superior. Fazem parte da colecção do parque Platanus, Fuchsia, Camellia, Poinsettia, Hydrangea, entre outros. A plantação herbácea actual é dominada pela Achanthus molis e Smyrnium olusatrum, mas também vários fetos e algumas Hemerocalis. Nesta altura do ano podemos ver em floração as Iris germanica, Bellis e híbridos de Primula veris.  

Zona de fetos / HemerocallisSmyrnium olusatrum
Zona de bosque e rio 
Para fora do jardim fica uma zona de campo e floresta, com um prado aberto. Esta zona foi anteriormente usada para agricultura tendo sido  depois recuperada como área florestal. Adjacente à floresta, fica uma área destinada ao cultivo que inclui uma série de lotes aproveitados como hortas urbanas. A área de bosque é ainda atravessada por um pequeno rio, que faz aumentar em muito o interesse do jardim e que torna o espaço bastante aprazível, sobretudo no verão. 

http://www.flora-on.pt/#/1Smyrnium+olusatrum
Área de floresta.

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