Rosas em 2020

Conjunto de rosas no jardim em Maio de 2020

Rosas - quem as conhece? No início, com o olhar pouco treinado do jardineiro principiante, pareciam-me todas iguais - uma rosa é uma rosa, apenas isso. Mas, não é bem assim. Uma rosa são 30 mil e 30 mil são só uma: sempre o mesmo género Rosa composto por cerca de 150 espécies. Espécies essas com as quais o homem (e em alguns casos a natureza) trabalhou para obter variadíssimas formas e cores das mais de 30.000 variedades actualmente em existência. As rosas têm uma história longa e colorida e, de acordo com evidências fósseis pode ter surgido há cerca de 35 milhões de anos. Mas, de toda essa longa historia, interessam-me particularmente os últimos 200 anos, quando as variedades europeias conheceram grande pluralidade e mais tarde começaram a ser cruzadas com as rosas que vieram do continente asiático, sobretudo as chinesas. Introduziu-se a grande qualidade da floração remontante e misturaram-se ainda mais as formas e cores. O mundo das rosas diversificou-se e a árvore genealógica da maioria das rosas tornou-se bastante complicada, mas muito interessante. Actualmente, existem tantos tipos de rosas que a escolha pode muitas vezes ser confusa. Vive-se recentemente (últimos 20 anos) um certo revivalismo pelas roseiras antigas, muitos cultivares tentam chegar a esse formato globular e quarteado tão comum nalgumas roseiras da primeira metade do século XIX. Muitas das minhas roseiras modernas reflectem também esse gosto, associado à grande vantagem de repetir a floração - embora na pratica, algumas das que tenho se recusem a dar rosas para além do primeiro fluxo de Maio e pouco mais façam do que as variedades antigas. Mas, no em geral, são também mais vigorosas e resistentes à doença. A 'Herzogin Christiana' é uma das minhas roseiras que mais se aproxima desse ideal da rosa moderna com as melhores qualidades das rosas antigas, é precisamente por isso que a preso tanto. 

'Cybelle' (Massad, 1999) na parede do celeiro voltada a Sul

 'Cardinal de Richelieu' (Parmenteire, 1847)

                                                     'The Pilgrim' (David Austin, ) com a lindíssima rambler 'Veilchenblau' (Schmidt, 1909) 

'Duchesse De Montebello' (Laffay, 1824) com Geranium 'Lace Time'

'Pierre de Ronsard' ( Meilland, 1985) com Deutzia 

 Algumas das rosas em tons magenta/purpura 

 Rosas na gama de tons amarelo e laranja.

Algumas rosas em tons rosados. 

'Herzogin Christiana' (Kordes, 2003)

'Mermaid' (Paul and Son, 1906) ao sol de Maio

 'Phyllis Bide' (Bide and Sons, 1923)

'Buff Beauty'

'Russelliana' (autor desconhecido, anterior a 1826) com Aquilegia chrysanta

 'Felicité Parmentaire' / 'Sombrueil' / 'Marchesa Buchella' / 'Spirit of Freedom'

'Duchesse de Montebello'

'William Lobb' (Laffay, 1855)

'Rainha da Dinamarca' (Booth, 1816)

Jardim das rosas em Maio

'Belle Sans Flatterie'

 'Madame Hardy' (Hardy, 1831)

'Iceberg, Cl.' (Kordes, 1958)

 'Raubritter' (Kordes, 1936)

Algumas vivazes de companhia para roseiras: Geranium, Aquilegia, Penstemon, Digitalis e Centranthus

'Ombrée Parfaite' / 'Rainha da Dinamarca'/ 'Violette' / 'Charles de Mills'

'Marchesa Boccella' (Syn. Jacques Cartier)

'Bizard Triomphant' (Syn. Charles de Mills)

'Mon Jardim et ma Maison' ( Meilland, 1998)

'Laure Davoust' (Laffay, 1834)

'Phyllis Bide' (Bide and Sons, 1923)

Rosa 'Pierre de Ronsard'

'Cybelle'

Jardim das Rosas em Maio

Rosa 'Vielchenblau' com 'Pilgrim'

'William Lobb'

'Belle Sans Flatterie'

Rosa 'Cardinal Richelieu' com Geranium 'Rozzane' e Anchusa 'Loddon Royalist'

Phlomis italica e 'Rosa de Rescht'

Em 2018 introduzi no jardim algumas variedades de roseira antiga que só vieram a estar em plena floração em Maio deste ano. Muitas das variedades antigas de floração única, só dão rosas no crescimento do ano anterior - sobretudo as Albas, Gallica e Damascenas - e por isso é preciso paciência, saber esperar pela primeira rosa. Embora não sejam tão procuradas no mercado actual, estas são precisamente algumas das roseiras que mais me interessam e destaco a 'Duchesse de Montebello', um lindíssimo híbrido de Gallica com China criado em 1824. A rosa em si tem qualidades maravilhosas, para além de um excelente perfume, mas espantou-me sobretudo a profusão de flores e a longevidade das mesmas. O arbusto é bem formado e repleto de flores que imediatamente cativam o olhar para este recanto do jardim. A 'Duchesse de Montebello' torna-se assim na minha rosa vencedora da época 2020 - mesmo não repetindo floração, os atributos desta roseira são suficientes para a colocar nesse patamar das melhores que tenho no jardim e passa a ser também uma favorita deste jardineiro. Como nestas coisas tem que haver sempre as "menções honrosas", destaco mais uma vez este ano a minha incansável 'Cybelle' e outra introdução recente: a 'Russelliana', uma roseira de trepar muito antiga com rosas lindíssimas de formato ao estilo antigo e com um perfume de excelência. Não hesitaria em recomendar esta roseira e estou convencido que ainda vou voltar a falar dela por aqui, Watch this place!

Maio 2020